

Luto

Raiva, desesperança, irritação e tristeza são alguns dos inúmeros sentimentos que experimentamos no luto. Cada pessoa o vive de uma maneira distinta e, independente de como é vivido, o importante é passar por ele. Falar de dor e sofrimento é sempre difícil, estamos acostumados a falar de prazer evitando ao máximo esses sentimentos dolorosos. Não se fala para não sofrer, todavia mesmo assim ele não deixa de existir. Recomenda-se falar, sentir e sofrer para que a dor desse momento não seja um peso carregado pelo resto da vida. O falar da dor permite que o luto seja elaborado e melhor curado. No processo de luto o abraço, o carinho ou palavras de conforto ajudam, mas não são capazes de cessar a dor sentida. Nada consola a perda de alguém importante, mas é preciso adaptar-se á nova realidade, entender que os planos que seriam vividos com aquela pessoa devem ser rearranjados. O luto diz respeito ás lembranças ao lado daquela pessoa perdida e, também aos planos e expectativas que não poderão mais ser vividos com ela. Morremos um pouco junto com aquele que se foi. Parte de nós se vai, então é essencial se reconstruir, se renovar para reviver. É preciso perceber o luto como uma forma de crescimento, de descobrir recursos que nem imaginávamos ter para nos recuperar e ter ganhos emocionais. Podemos comparar a vida a uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques. Ao nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que, julgamos que estarão sempre nessa viagem conosco, entretanto infelizmente em alguma estação elas descem. Façamos então essa viagem da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros. Lembrando, sempre, que, em algum momento do trajeto haverá desembarques deixando um lugar vazio cercado de saudades.
Psicóloga Thamires Moura Dias – CRP 04/39229

